A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) foi ocupada nesta segunda-feira, 23/5, pelo presidente do Sindicato dos Artistas de Sergipe (Sated–SE), Ivo Adnil da Silva para abordar sobre os desafios e dificuldades enfrentadas pela categoria. Ele fez um apanhado geral, destacando a relevância de leis de incentivo à cultura e necessidade de criar espaços para promover atividades culturais. O discurso de Ivo foi acompanhados por artistas, que ocuparam a galeria da CMA.
De acordo com o Ivo, as considerações que fez diz respeito ao que foi observado pelo Sated-SE em 18 anos de existência no Estado. Na percepção dele, durante décadas a categoria foi esquecida e somente a partir do governo do ex-presidente Lula foi que a situação de penúria começou a mudar. "Ele fortaleceu o Ministério da Cultura e promoveu a maior democratização cultural nunca vista antes em nosso país", falou.
Segundo o presidente do Sated-SE, a valorização da cultura no Estado foi feita com mais afinco a partir da iniciativa do governador Marcelo Déda (PT), de assinar a adesão ao Sistema Nacional de Cultura, ainda em seu primeiro mandato. "Porém, ainda temos muito que avançar. Para se ter idéia, nosso Estado é o que possui menor número de pontos de cultura, apenas 14. Em Alagoas, por exemplo este número é superior a 100", abordou.
Na percepção de Ivo, se comparado a época da Ditadura Militar, a cultura de Sergipe atravessa um dos momentos mais promissores. Entretanto, ele afirma que o setor ainda sofre com o orçamento reduzido e precariedade quanto à criação e manutenção dos espaços culturais. "O poder público deve dar condições para o artista desenvolver suas atividades, fortalecer a cultura local", opinou.
Na ocasião, o presidente do Sated-SE citou os maiores anseios da categoria. "Cobramos a criação de um teatro municipal e um espaço na orla de Atalaia para divulgar a cultura para os turistas, queremos a reforma do espaço da antiga Alfândega, alvará anual de funcionamento para o circo e o mapeamento de áreas urbanas em Aracaju para o funcionamento dos circos sergipanos", salientou.
Reforço à cultura
Após ouvir o pronunciamento de Ivo, o vereador Danilo Segundo (PSB) reforçou a necessidade de criação de um tetro municipal, bem como uma frente parlamentar de cultura para dialogar cotidianamente com entidades representativas, para dar incentivo às atividades voltadas a arte. "Temos o antigo palácio da prefeitura que está desativado e o Bingo Palace, que poderiam ser revitalizados e utilizados para que os artistas sergipanos possam desenvolver sua arte. Esta seria uma maneira de incentivar não só os artistas, mas também a cultura", considerou.
Os vereadores Emmanuel Nascimento (PT) e Rosangela Santana (PT) ressaltaram a importância de o poder público incentivar e fomentar ações que fortaleçam a cultura. "Compreendemos o embate da sociedade capitalista e a luta árdua dos artistas em vencer as concepções de Estado para buscar recursos e garantir apoio do poder público no incentivo das atividades culturais", destacou Rosangela.
Já o líder da oposição na CMA, Nitinho (DEM), considerou que o gestor municipal é incoerente em seu discurso. O parlamentar recorda que o prefeito da capital sergipana, Edvaldo Nogueira (PCdoB), na época em foi vereador, criou a Lei de Incentivo a Cultura, porém, ao assumir a administração municipal baniu a referida lei. "Até o governo Gama, a cultura era incentivada em Aracaju. Tínhamos uma secretaria ao qual o agrupamento que hoje está no poder a extinguiu", rememorou.
Retomando a palavra, Ivo Adnil, reforçou que o sindicato permanecerá cobrando o incentivo municipal da cultura e promoverá debates com os artistas locais para evitar que partam para outras instâncias em busca de valorização de sua arte. "Nossos artistas não podem desacreditar, necessitamos ficar unidos para nos mobilizar. A maior idade de nosso sindicato começa a dar frutos e ser notado entre os representantes da sociedade", completou.
Everton Nunes (assessor de comunicação)
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